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16 de janeiro de 2014

Brasil: 2013 bate o recorde em número de recalls

O ano passado atingiu recorde de recalls desde 2003, o início da série histórica do Ministério da Justiça (MJ), com 109 recolhimentos de produtos defeituosos. Os dados estão no levantamento “Boletim e Segurança do Consumidor” realizado pelo Ministério da Justiça e divulgado nesta quarta-feira, 15/01.

De acordo com o MJ, a alta se deve ao maior monitoramento do mercado nacional e internacional, à mudança de postura das empresas, à maior facilidade de instalar o procedimento, entre outras razões.

Mas o número ainda é considerado insuficiente pela secretária nacional do Consumidor, Juliana Pereira. “Comparado a outros países, temos um número baixo de recalls", disse a secretária, durante entrevista coletiva. "Eu me preocupo mais com aquele produto que não está tendo recall”, afirmou. Nos Estados Unidos, segundo ela, foram 309 recalls em 2013, número que não inclui veículos.

Os automóveis foram os principais itens que necessitaram de recall em 2013 no Brasil. Das 109 categorias de itens recolhidos no ano passado, 58 foram veículos para passageiros, ou 53,2% do total.

Em um distante segundo lugar estão motocicletas. Foram nove chamamentos em 2013, ou 8,3% do total. Em 2013 também foram registrados seis recalls de bicicletas e outros seis de cadeiras plásticas. Na sequência, estão bebidas, brinquedos, peças e componentes mecânicos e cadeiras infantis, todas com quatro operações cada.

Completando a lista, estão caminhões, medicamentos e produtos e equipamentos para saúde (três recalls cada um), peças e componentes elétricos (dois recolhimentos) e umidificadores de ar, lavadoras e cosméticos (uma convocação cada um).

Um balanço dos últimos dez anos (de 2003 a 2013) mostra que o ano passado não foi uma exceção. Nesse período, foram realizados 627 recalls, dos quais 61,6% (ou 386) de veículos automotores, categoria que engloba carros, caminhões e ônibus. Desse total, 93,5%, ou 361, foram carros.

Em seguida, desde 2003, vêm os recalls de motos (14,4%), produtos infantis e brinquedos (4,5%) e itens de saúde (5,7% do total).

Para Juliana, a legislação brasileira já é dura. "O que nós precisamos é de mais fiscalização e punição”, afirmou. "Quando fica provado a morte por causa de defeito do produto, a vida tem que custar o que? R$ 50 mil como é no Brasil? Ou R$ 10 milhões como é no EUA?”, questiona.

O Ministério da Justiça espera aumentar sua rede de vigilância com o Sistema de Informação de Acidentes de Consumo (Siac), a ser lançado ainda neste mês. Nele, os profissionais de saúde poderão informar sobre acidentes graves ou fatais decorrentes do uso de produtos ou serviços colocados no mercado de consumo.

Fonte: Jornal Valor Econômico.

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